quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O meu primeiro trabalho


A minha primeira experiência de trabalho no campo


            Em 2008 eu fui trabalhar para uma empresa portuguesa Martifer Renewables como project oficer. A minha principal função era recolher os dados necessários para o estudo da energia renovável e fui identificar os sítios bons dentro do território para energia eólica.
            Um trabalho parece na primeira vista fácil e sem nenhuma complicação. Eu pensava isso mesmo no primeiro momento do meu trabalho. Mas afinal eu estava errado. Como o meu primeiro trabalho de entrar mesmo na realidade, no terreno, na base, encontrar algo verdadeira real então as memórias dessa primeira experiência ficaram bem gravadas. Por isso considero isso como o meu primeiro trabalho. As vezes, estudar na escola, muitas coisas mas a realidade é muito bem diferente. Temos que ter capacidade de adaptar as coisas. 
            Recolher dados das instituições competentes por parte do governo como também outras instituições foram muito complicado e mais complicado ainda processar autorização do terreno para realizar o estudo.
            As vezes só basta escrever uma carta de expor o nosso objectivo de recolher os dados necessários para alguma direcção do estudo, o director mostrou logo a sua disponibilidade. Mas muitas vezes não chega. Eu tive que mandar as cartas para os ministros e até eu tive que fazer reunião com os ministros, secretários de estado ou secretário permanente (porque não naquela altura a posição de ministro ainda estava vazio ou se calhar houve uma mudança qualquer. Estou a falar sobre secretário permanente da Telecomunicação. Mas esse secretário permanente era muito simpático e facilitou muito o trabalho).
            O mais complicado de tudo era processar autorização do uso do terreno e tratar o contentor dos aparelhos de Martifer para chegar até o destino final.
            Para processar autorização do terreno eu, as vezes, tinha que usar o carro do Presidente da República Dr. José Ramos Horta para facilitar o meu trabalho. O carro do Presidente foi entregue ao seu amigo e eu trabalho para esse amigo e muito simpático e simples. A esposa do  amigo do Presidente Ramos Horta ajudou as populações carenciadas na parte leste da ilha através do Padre João de Deus.
            Mesmo assim, eu tinha que ter sempre paciência de enfrentar os desafios. Mas as vezes eu também fiquei um pouco duro. Não pode ficar mole enquanto exigir algo importante da responsabilidade da outra parte que eu estava a precisar mas também não devo ficar tão duro ou pior ainda com arrogância porque se não a outra parte pode ficar afastado de nós. Muito importante ter autoridade. Porque para mim se eu não ter autoridade eu melhor eu desistir. Se eu sou responsável de uma determinada organização então eu tenho que ter autoridade para actuar. Mas as vezes não foi fácil há sempre obstaclos. Mas com isso eu já tive uma experiência anterior. Antes quando eu fui eleito para ser Presidente da Associação dos Estudantes de Língua Portuguesa eu não fui logo bem aceito por alguns estudantes velhos. No Departamento de Língua Portuguesa da UNTL houve estudantes que eram pessoas importantes de vários órgãos do estado. Para eu puder ter autoridade e eu podia bem visto há três coisas que me ajudaram naquela altura. Primeiro eu tinha que ter boas notas. Segundo eu organizei uma palestra com orador o Professor José Mattoso e um representante da Embaixada de Portugal em Timor-Leste. Depois disso logo eu fui muito bem aceite. O terceiro last but not least a minha família. Eu tive apoio fundamental de um colega da faculdade antigo um camat ou seja um administrador do meu subdistricto no tempo da Indonésia. Ele como administrador do meu subdistricto durante cinco anos então ele conheceu muito bem a minha família. Ele influencia com os seus bons comentários para as pessoas em relação com a minha família então faz com que as pessoas me aceitassem. 
Mas quando eu não consegui ter o meu objectivo para Martifer então o último recurso era mandar uma carta ao Primeiro-Ministro Xanana Gusmão. Eu, em qualquer actividade minha teve como apoio muito, muito e muitíssimo importante um de português de grande valor Simão da Cruz. Mas houve sempre algumas coisas que nós não podemos resolver tudo.
             Eu estava sempre disponível para trabalhar até sábado e domingo e até meia noite quando voltamos do interior ou dormimos fora de casa. Por exemplo dormimos no Resort Beach Com em Lospalos, dormimos em Baucau e Dormimos em Suai. Percorremos boas estradas (Dili até Lospalos ou Díli até Maliana) e percorremos muito mas estradas (De Suai para Ainaro e de Ainaro para Maliana e mais outras estradas subdistritais). Eu e o meu motorista de alta velocidade estamos quase atropelados pelo um boi na estrada de Metinaro. Um trabalho que gasta um pouco de energia mas fiz com muito prazer. Para mim não há pocket money algo muito frustrante para alguns funcionários do estado que já estavam habituados com isso. Eu compreendo perfeitamente a posição deles porque eles tem famílias, filhos, maridos e mulheres. Trabalhar fora do horário não podia ser. Mas eu não tive poder para determinar isso. Eu também como eles não recebi pocket Money mas pessoalmente e como eu ainda era jovem então o meu salário era suficiente. Para mim eu trabalhei com muito prazer e orgulho de ver o desenvolvimento do meu país.
            Para esse trabalho eu tive que encontrar com altas personalidades do estado timorense até chefe de suco ou das aldeias que detectamos que tem um terreno na sua área bom para o estudo. Até tivemos que encontrar militares australianos e banglades para colaborar no nosso trabalho. O processo de detectação era feito de Portugal através do satélite por parte da empresa com indicação prévia das informações existentes. Pela primeira vez utilizei.
            Eu tive um problema numa zona região oeste da ilha. O meu motorista era da parte de leste. Naquela altura o problema de Lorosae e Loromonu era muito sensível e era muito perigoso. Eu tive um problema na zona de um dos responsáveis de um grupo civil armado. O meu motorista como uma pessoa de leste tem um sotaque muito clara influenciado pela sua língua materna. Então houve algum desentendimento logo na nossa chegada no local. Eu saí logo do carro (um outro pajero) e fui logo informar o  nosso objectivo e além disso informei também esse mal desentendimento e pedi segurança para me acompanha ir encontra com um responsável da zona. Eu tive que falar seguir o seu raciocínio e dei algum elogio necessário e sincero. Ele ficou contente com a minha presença e pelo menos nós não temos problema grave nessa zona.  
            Percorrei o território com funcionários do governo competente para o nosso estudo. De Tutuala até Maliana. Desse trabalho eu encontrei que nem sempre fácil relacionar com pessoas. Há pessoas que estão disponíveis em nos ajudar há pessoas que não estão disponíveis. Encontrei mais algo no terreno que eu não podia contar. Mas era difícil trabalhar numa ilha tão pequenita onde nós não sabemos quem estamos a enfrentar. Pode ser um amigo nosso ou pode ser contrário. Por vários motivos. Políticos, étnicos, e outros casos particulares. O maior lição do meu trabalho era: muito importante relacionar bem com as pessoas no nosso bairro, na nossa escola e a nossa organização onde estamos inseridos. Porque muitas vezes, no terreno eles podem-nos ajudar facilitar as coisas. 
Dá para ver Martifer aqui: http://www.youtube.com/watch?v=ar9JqfLmReQ