A minha primeira experiência de
trabalho no campo
Em 2008 eu
fui trabalhar para uma empresa portuguesa Martifer Renewables como project
oficer. A minha principal função era recolher os dados necessários para o
estudo da energia renovável e fui identificar os sítios bons dentro do
território para energia eólica.
Um trabalho
parece na primeira vista fácil e sem nenhuma complicação. Eu pensava isso mesmo
no primeiro momento do meu trabalho. Mas afinal eu estava errado. Como o meu primeiro trabalho de entrar mesmo na realidade, no terreno, na base, encontrar algo verdadeira real então as memórias dessa primeira experiência ficaram bem gravadas. Por isso considero isso como o meu primeiro trabalho. As vezes, estudar na escola, muitas coisas mas a realidade é muito bem diferente. Temos que ter capacidade de adaptar as coisas.
Recolher dados
das instituições competentes por parte do governo como também outras
instituições foram muito complicado e mais complicado ainda processar
autorização do terreno para realizar o estudo.
As vezes só
basta escrever uma carta de expor o nosso objectivo de recolher os dados necessários
para alguma direcção do estudo, o director mostrou logo a sua disponibilidade.
Mas muitas vezes não chega. Eu tive que mandar as cartas para os ministros e
até eu tive que fazer reunião com os ministros, secretários de estado ou
secretário permanente (porque não naquela altura a posição de ministro ainda
estava vazio ou se calhar houve uma mudança qualquer. Estou a falar sobre
secretário permanente da Telecomunicação. Mas esse secretário permanente era
muito simpático e facilitou muito o trabalho).
O mais
complicado de tudo era processar autorização do uso do terreno e tratar o contentor dos aparelhos de Martifer para chegar até o destino final.
Para
processar autorização do terreno eu, as vezes, tinha que usar o carro do
Presidente da República Dr. José Ramos Horta para facilitar o meu trabalho. O carro
do Presidente foi entregue ao seu amigo e eu trabalho para esse amigo e muito
simpático e simples. A esposa do amigo
do Presidente Ramos Horta ajudou as populações carenciadas na parte leste da
ilha através do Padre João de Deus.
Mesmo assim,
eu tinha que ter sempre paciência de enfrentar os desafios. Mas as vezes eu
também fiquei um pouco duro. Não pode ficar mole enquanto exigir algo
importante da responsabilidade da outra parte que eu estava a precisar mas
também não devo ficar tão duro ou pior ainda com arrogância porque se não a
outra parte pode ficar afastado de nós. Muito importante ter autoridade. Porque
para mim se eu não ter autoridade eu melhor eu desistir. Se eu sou responsável
de uma determinada organização então eu tenho que ter autoridade para actuar.
Mas as vezes não foi fácil há sempre obstaclos. Mas com isso eu já tive uma experiência
anterior. Antes quando eu fui eleito para ser Presidente da Associação dos
Estudantes de Língua Portuguesa eu não fui logo bem aceito por alguns estudantes
velhos. No Departamento de Língua Portuguesa da UNTL houve estudantes que eram
pessoas importantes de vários órgãos do estado. Para eu puder ter autoridade e eu podia bem visto há três coisas que me ajudaram naquela altura. Primeiro eu tinha que ter boas notas. Segundo eu organizei uma palestra com
orador o Professor José Mattoso e um representante da Embaixada de Portugal em
Timor-Leste. Depois disso logo eu fui muito bem aceite. O terceiro last but not least a minha família. Eu tive apoio fundamental de um colega da faculdade antigo um camat ou seja um administrador do meu subdistricto no tempo da Indonésia. Ele como administrador do meu subdistricto durante cinco anos então ele conheceu muito bem a minha família. Ele influencia com os seus bons comentários para as pessoas em relação com a minha família então faz com que as pessoas me aceitassem.
Mas quando eu não consegui ter o meu
objectivo para Martifer então o último recurso era mandar uma carta ao
Primeiro-Ministro Xanana Gusmão. Eu, em qualquer actividade minha teve como
apoio muito, muito e muitíssimo importante um de português de grande valor Simão
da Cruz. Mas houve sempre algumas coisas que nós não podemos resolver tudo.
Eu estava sempre disponível para trabalhar até
sábado e domingo e até meia noite quando voltamos do interior ou dormimos fora
de casa. Por exemplo dormimos no Resort Beach Com em Lospalos, dormimos em
Baucau e Dormimos em Suai. Percorremos boas estradas (Dili até Lospalos ou Díli
até Maliana) e percorremos muito mas estradas (De Suai para Ainaro e de Ainaro
para Maliana e mais outras estradas subdistritais). Eu e o meu motorista de
alta velocidade estamos quase atropelados pelo um boi na estrada de Metinaro. Um
trabalho que gasta um pouco de energia mas fiz com muito prazer. Para mim não
há pocket money algo muito frustrante para alguns funcionários do estado que já
estavam habituados com isso. Eu compreendo perfeitamente a posição deles porque
eles tem famílias, filhos, maridos e mulheres. Trabalhar fora do horário não
podia ser. Mas eu não tive poder para determinar isso. Eu também como eles não
recebi pocket Money mas pessoalmente e como eu ainda era jovem então o meu
salário era suficiente. Para mim eu trabalhei com muito prazer e orgulho de ver
o desenvolvimento do meu país.
Para esse
trabalho eu tive que encontrar com altas personalidades do estado timorense até
chefe de suco ou das aldeias que detectamos que tem um terreno na sua área bom
para o estudo. Até tivemos que encontrar militares australianos e banglades
para colaborar no nosso trabalho. O processo de detectação era feito de
Portugal através do satélite por parte da empresa com indicação prévia das
informações existentes. Pela primeira vez utilizei.
Eu tive um
problema numa zona região oeste da ilha. O meu motorista era da parte de leste.
Naquela altura o problema de Lorosae e Loromonu era muito sensível e era muito
perigoso. Eu tive um problema na zona de um dos responsáveis de um grupo civil
armado. O meu motorista como uma pessoa de leste tem um sotaque muito clara influenciado
pela sua língua materna. Então houve algum desentendimento logo na nossa
chegada no local. Eu saí logo do carro (um outro pajero) e fui logo informar o nosso objectivo e além disso informei também
esse mal desentendimento e pedi segurança para me acompanha ir encontra com um
responsável da zona. Eu tive que falar seguir o seu raciocínio e dei algum
elogio necessário e sincero. Ele ficou contente com a minha presença e pelo
menos nós não temos problema grave nessa zona.
Percorrei o
território com funcionários do governo competente para o nosso estudo. De
Tutuala até Maliana. Desse trabalho eu encontrei que nem sempre fácil relacionar
com pessoas. Há pessoas que estão disponíveis em nos ajudar há pessoas que não
estão disponíveis. Encontrei mais algo no terreno que eu não podia contar. Mas
era difícil trabalhar numa ilha tão pequenita onde nós não sabemos quem estamos
a enfrentar. Pode ser um amigo nosso ou pode ser contrário. Por vários motivos.
Políticos, étnicos, e outros casos particulares. O maior lição do meu trabalho
era: muito importante relacionar bem com as pessoas no nosso bairro, na nossa
escola e a nossa organização onde estamos inseridos. Porque muitas vezes, no
terreno eles podem-nos ajudar facilitar as coisas.
Dá para ver Martifer aqui: http://www.youtube.com/watch?v=ar9JqfLmReQ
Dá para ver Martifer aqui: http://www.youtube.com/watch?v=ar9JqfLmReQ
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