Os missionários portugueses foram os
primeiros europeus que chegaram em Timor em 1515. Depois em 1651 chegaram
também os holandeses na qual conseguiram conquistar e ocupar a parte ocidental
da ilha. Em 1859 houve um tratado assinado entre estes dois países europeus
para dividir a ilha em duas partes. Timor Ocidental fez parte aos holandeses e
Timor Oriental (Timor-Leste) fez parte aos portugueses. Foram os portugueses e
holandeses que fixaram a fronteira que funciona até hoje em dia. Timor
Ocidental hoje em dia faz parte à República da Indonésia e Timor Oriental
tornou-se independente em 1975 e veio restaurar a sua independência em 2002.
Foi por causa desta divisão entre
Portugal e Holanda faz surgir as diferenças em termos da religião. Timor
Ocidental tem como a maioria população abraça a religião calvinista e em Timor
Oriental a sua população na maioria é católico.
Mesmo assim, em Timor Ocidental ainda
há algumas zonas que preservam bem a religião católica. Mesmo os holandeses
tentaram espalhar a sua religião mas essas zonas continuam abraçar fortemente a
religião católica. Essas zonas como por exemplo Larantuka, Flores, Alor e
Atambua. Em Alor e Atambua as suas populações dividem-se nestas duas religiões.
Enquanto em Larantuka e Flores, eles ainda são católicos e continuam saber rezar em português.
Enquanto em Timor-Leste hoje em dia é
conhecido com um país com a maioria da sua população é católica. Mesmo assim
não se pode esquecer que no tempo português a religião católica não penetra
profundamente na população timorense. Ainda houve grande maioria população que
continuava praticar as suas crenças tradicionais. Como podemos verificar no
mapa datado em 1882. Até algumas regiões não existiam religião católica. Todas
estas regiões no mapa antigamente funcionavam como reinos. Por isso os reinos
que não tinham influência da religião católico neste data eram Suai, Atsabe,
Manufahi, Cailaco, Cotobaba-Sanir-Balibo. Todos os seus povos eram animista. Enquanto
que outros reinos como Cova, Maubara, Liquiça, Deribate, Ermera, Liquiça,
Dailor, Faturo e Sarau tinham um número muito pequeno da religião católica. Mas
no reino de Oecusse a sua população era na maioria da religião católica e
depois a seguir o reino de Manatuto, Alas,
Barique, Vemasse/Laga, Díli, Laclo/Laleia, Viqueque, Ambeno, Luca,
Motael, Venilale e Funar.
Por acaso os meus familiares fazem
parte do reino de Funar. Aliás no reino de Funar os meus antepassados do lado
da minha mãe e do meu pai foram as primeiras pessoas que foram baptizadas.
Ao passo que Laklubar antigamente faz
parte ao reino de Samoro. Foi por isso que não apareceu neste mapa em 1882. Mas
Funar sim. Funar apareceu porque antigamente Funar era um dos reinos que
existia no território de Timor Oriental. Há muita gente não sabe disso. Os que
sabem só os que têm interesse na cultura e na história. Laklubar só
posteriormente tornou-se como reino a parte do Samoro depois de ter recebido
“sorte” de duas localidades: Susuk e Orlau.
No tempo português, o Estado de
Portugal não interferiu muito na vida do povo timorense. Cada um era livre de
fazer os seus rituais tradicionais segundo as suas crenças tradicionais. Agora
era diferente no tempo da ocupação da Indonésia. O Estado da Indonésia nas suas
leis obrigava para que cada cidadão tinha que ter uma religião. Quem não
tivesse a religião era idêntico como revoltoso ou como comunista. O comunismo
era muito proibido em Indonésia naquela altura. Então o povo timorense foi
abraçando à religião católica em toda o território de Timor Oriental. Foi assim
que o número da religião católica cresceu brutalmente. Era uma forma de
resistir contra o islamismo da Indonésia. É porque Indonésia era e é
considerado como o país que têm mais número de crentes do islão no mundo. O
maior país islão do mundo. Mas mais do que isso é porque Timor Oriental já está
ligado há séculos com o catolicismo. Catolicismo não é algo estranho. O
catolicismo já existe no meio dos timorenses. Era contrário com o islão. O povo
timorense acabou de conhecer o Islão depois da invasão da Indonésia. Então
quando era para escolher, o povo timorense na sua maioria escolheu religião
católica como a sua religião. Por isso hoje em dia em Timor-Leste a religião
que tem maior número de crentes é a religião católica. Aliás no sudeste
asiático há dois países que tem na sua população o maior número dos católicos.
Esses países são Filipina e Timor-Leste. Por isso foi um erro muito grande
quando o primeiro governo constitucional formado por partido Fretilin entrou em
conflito com a igreja católica. O conflito entre a Fretilin e a Igreja Católico
surgiu por causa da diferença percepção no ensino da religião nas escolas
públicas.
Este conflito tornou cada vez mais complicado
e tornou cada vez pior e posteriormente levou a hierarquia da Igreja Católica
organizou uma manifestação pacífica quase um mês. Eu afinal antigamente era
simpatizante da Fretilin. Eu era simpatizante da Fretilin porque a Fretilin
sofreu muito durante a resistência pela libertação de Timor-Leste. Mais do que
isso é porque em 1975 o meu avô também era um dos principais delegados da
Fretilin em Funar. Em 1975 o meu avô, o
chefe aldeia de Bamatak e chefe aldeia de Fahilihun receberam a entrada da
Fretilin em Funar. Mas quando aconteceu manifestação da Igreja Católica eu
fiquei triste. Nós não devemos esquecer que durante a resistência, a Igreja
Católica assumiu o papel muito importante na luta. Depois da libertação na
constituição da República reconhece a participação da Igreja Católica na
resistência pela libertação da pátria. Então durante a manifestação da Igreja Católica
eu de vez em quando fui participar rezar a noite com os outros manifestantes no
Jardim de Lecidere, o sítio na qual concentraram todos os manifestantes de todo
o território de Timor-Leste. A partir deste acontecimento eu decidi não
continuar ficar como simpatizante da Fretilin. Eu queria ser independente e ser
um académico para eu puder contribuir ou dar opiniões ao processo de
desenvolvimento do país sem misturar coisas partidárias.
Então será que Timor-Leste é um país
católico? Pois Timor-Leste é um estado laico mesmo assim a prática da religião
católica ainda é grande e é muito bem visível em todo lado do território. Mais
do que isso o Catolicismo já não é só como o maior religião de Timor-Leste mas
também já se tornou como uma identidade do povo timorense. Uma identidade que
já penetra na alma de cada timorense.