Ontem eu fui convidado por um amigo
timorense Hélio Barros para jantar no CREU – Centro de Reflexão e Encontro
Universitário do Porto. O jantar foi por iniciativa da Cláudia , uma jovem
portuguesa que já foi trabalhar em Bazartete-Timor-Leste com as Irmãs Escravas
do Sagrado Coração de Jesus. Ela fala muito bem a língua nacional de Timor, o
tétum. Ela fala como se fosse uma jovem timorense normal. Ela domina muito bem
a maneira e as expressões como uma jovem timorense costuma falar lá em Timor e
mais, ela já sabe dançar como os timorenses costumam dançar. Naquela ocasião
ela me pediu para dançar um pouco com ela. Para mim isso o que quer dizer? É
simplesmente isso para mim, é sinal de profundo convívio e paixão pela cultura
e povo timorense e ao mesmo tempo sinal da abertura dos povos onde ela estava
rodeada. Ninguém pode dominar uma outra realidade sem ter vontade de integrar
nessa realidade e vice-versa e se uma nova realidade não colabora e não aceita
a nossa integração, ficamos sempre de fora. Deve ter esses dois lados para as
coisas funcionam.
Mais do que isso fico contente porque
eu fui jantar lá por convite do Hélio. Sinal de fraternidade e de amizade. Eu
encontrei o Hélio no Centro Juvenil Padre António Viera (CJPAV) em Taibessi,
Dili, Timor-Leste. Aliás quando eu ainda estava estudar na Residência Loyola em
Taibessi houve uma construção do CJPAV e então automaticamente tenho ligação já
com CJPAV e depois os jovens do bairro foram integrar e foi desde esse momento
eles assumem um papel muito importante nas actividades do CJPAV. Fui aí eu
começou conhecer mais jovens desse bairro. Eles são simpáticos.
O CJPAV ajuda-nos muito. Eu
pessoalmente tenho proveito das actividades do CJPAV e acho que os jovens desse
bairro também. Alguns já me disseram que com o CJPAV transformou a vida deles.
Eu acredito que sim. Não só a mim, não só a eles mas todos os jovens que já
foram participar nas actividades do CJPAV sentiram isso. Além disso o CJPAV também está a ajudar os
dos pequenos negócios em Timor-Leste e está a fazer actividades lúdicas e
almoço para as crianças timorenses. O CJPAV também está a organizar mais outros
cursos, formações e palestra etc,
Quando ontem eu fui ao CREU, eu
encontrei também duas jovens irmãs que já foram para Timor, Joana Santos e Rita
Santos. Elas são muito simpáticas. Eu fiquei admirado por saber que a Joana já
está a fazer mestrado num curso da Universidade Católica. Fiquei admirado
porque quando ela foi para Timor, ela ainda estava no secundário. Pois o tempo
passa muito rápido. E eu? Eu ainda estou a começar estudar no curso de
licenciatura. Pois a minha vida está a dar muitas voltas. Eu tenho muito bom
amigo que já tirou mestrado em petróleo na Universidade Noruega. Eu e ele fomos
educados na Companhia de Jesus mas quando ele saiu da companhia ele foi logo
estudar em Austrália e depois foi continuar estudar em Noruega. Eu depois saio
no ano seguinte. Alias a minha formação na Companhia de Jesus ficou parado. Eu
já falei com Pe. Martins,SJ quando ele esteve em Fátima e ele me deu um contacto
de um padre jesuíta aqui em Portugal para falar com ele. Mas pronto ninguém sabe da vida e ninguém sabe
do futuro. O que importante eu tenho que rezar sempre todos os dias para que
Deus me guia sempre nesse caminho de vida.
Contudo o meu estudo está muito atrasado. E mais, os meus amigos
jesuítas já acabaram os seus cursos de licenciatura em filosofia na Ateneo de
Manila University – Filipina. E eu?
Eu não sei sobre a minha vida. Quando
eu volto a ver a minha vida passada eu fico mesmo atrasado. Mais do que isso
parece-me a mim que há uma mão invisível que está por detrás da minha vida. O
atraso do meu estudo foi e é por interferência de um algo divino. Eu acredito
nisso. Estou a fazer muitas vezes reflexões para ver melhor a minha vida
passada. Há casos concretos que me levam acreditar nisso. Pois eu só posso
acreditar e mais nada. Eu não posso provar e eu também não posso dizer que isso
é uma verdadeira absoluta. Porque isso é uma reflexão minha, pessoal, e a fé.
Acreditar só mais nada. Mas pronto seja como for eu acredito na existência de
Deus. Deus é algo que eu não posso só acreditar pela razão. Não acreditar só.
Porque as vezes nas algumas circunstâncias as razões podem-nos ajudar ver as
coisas mais clara. Mesmo assim mais do que isso é a fé. A convivência com a fé
na vida. Isso não significa que a vida deve ser vivida perfeitamente, como se
um anjo estivesse a viver nesse mundo. Não. Somos seres humanos. Estamos a
viver como um ser humano normal. Com aspectos positivos e negativos. Importante
viver como um ser humano com dignidade.
Ontem eu fiquei contente. O jantar e
o convívio foram muito bons. Gostei muito e aprendi muito. Aprendi muitas
coisas. Aprendi que vale a pena fazer amizade, aprendi que o tempo passa rápido
e devemos aproveitar bem o tempo que há para ser cada vez melhor e aprendi que
nós devemos saber aproveitar a oportunidade que surge. Pois este último é uma
parte que eu consegui tirar da homília do Padre Vasco Pinto Magalhães, SJ.
Quando voltei eu quase estava a
perder o comboio. Eu fui levado para estação do comboio por Hélio, Rita e Natércia Francsico e foi Natércia que conduziu o seu carro até estação. Ela
conduziu muito bem e chegamos mesmo a hora. Eu estou muito agradecido por
Hélio, Natércia, Rita Santos, Cláudia e Joana Santos.
Valeu a pena o jantar ontem no CREU
do Porto.
Por Hercus Santos
Sem comentários:
Enviar um comentário