quarta-feira, 29 de junho de 2011

Eu, Igreja Católica e o Partido Político






A minha participação na vida política deve trazer o bem para a sociedade, para a vida dos outros, para a igreja católica. Para mim o partido político pode ser um dos meios para servir Deus, para a maior glória de Deus. Se não for assim eu vou desistir de qualquer partido político. Porque eu sou um homem livre e tenho toda a liberdade de escolher qualquer partido político que eu acho melhor. Mas todo para melhor servir Deus e os outros. Eu não prefiro ser uma pessoa importante em Timor nem quero muito dinheiro. Eu quero ser um homem simples com pouco que tenho mas posso fazer bem aos outros. Algo do mundo não vale nada. Um dia cedo ou tarde todos nós vamos deixar esta vida terrena e nós não vamos levar nenhum material connosco. É melhor fazer coisas boas para deixar no mundo para as pessoas puderem relembrar de nós. Servir Deus através dos outros, na comunidade na Igreja Católica. Se qualquer partido entrar em conflito com Igreja Católica então com muita pena eu tenho que deixar.
Eu já mostrei isso quando houve algum desentendimento entre partido Fretilin que eu era militante e que o meu avô também em 1975 era um dos delegados da Fretilin em Funar e o meu pai também fazia parte deste partido. Por fazer parte deste partido então em 1975 o meu pai fugiu para mato e foi assim que morreram os meus dois irmãos gémeos e uma irmã na guerra por causa da fome e do frio. Os meus pais tiveram uma longa história sobre isso. O seu comandante era um dos membros da Comité Central da Fretilin(CCF) chama-se Diogo Moniz da Silva. O pai de um dos meus primos. Dizem que ele assumiu um dos cargos importantes na primeira formação do governo da Fretilin em 1975. Porque Diogo Moniz da Silva morreu? Isso deixa para os historiadores a descobrir. Acho que os principais membros da CCF deviam saber o processo histórico e o porque ele morreu. Foi assim que o meu pai também não estava seguro naquele momento. Mas o que certo naquele momento havia duas fracções no seio da Fretilin. Então no tempo da Indonesia estamos a viver bem com os inimigos mas o nosso coração e a nossa alma sempre ligava sempre ao espírito da libertação da pátria. Mas naquela altura tivemos muito medo. Desconfiámos quase toda a gente. Então rezamos e vivemos sempre com esperança e de sonho um futuro Timor-Leste independente.
Em 1999, os meus pais em Laklubar fugiram para montanha e as milícias estavam a procura dos meus pais e da minha irmã para matar. Porque na minha casa estava tudo colado as fotografias do Xanana Gusmão e a bandeira do CNRT. A minha irmã ajudava UNAMET como local polling staff então dizem que foram elas as pessoas da "local polling staff da UNAMET" que ajudaram as populações idosas a votar pela independência. Então eles todos fugiram a esconder da milícia e dos militares indonésios. Eles foram para Funar, um suco que fica atrás de Laklubar. Lá os meus famíliares todos ajudaram as populações que refugiam em Funar. Em Funar o chefe de suco era o meu tio. O irmão da minha mãe. Foi ele que proibiu toda a população para não sair de Funar e ele organizou para atender bem as pessoas que foram refugiar em Funar. Essas pessoas eram pessoas cidadãos simples e da rede clandestina de Laklubar.
Eu estava a estudar no colégio de São José em Díli, o único colégio dos jesuítas em Timor-Leste. Eu com alguns familiares fomos obrigado a fugir para Kupang outro lado da ilha. Em Kupang eu procurei fugir para Austrália mas não consegui. Quando Interfet entrou para Timor-Leste com ajuda dos Padres da Igreja Assumpta com um tio meu (o cunhado de D. Carlos, SDB) nós voltámos para Timor-Leste em Setembro 1999.
Então em 2001 eu votei pela Fretilin para formar o primeiro governo constitucional. Eu estava contra os meus familiares da UDT. Eu entrava sempre em discussão com eles e eu defendia sempre Fretilin. Eu era simpatizante muito radical da Fretilin dentro da minha grande família. Eu como venho de uma família muito grande então eu tenho relações familiares com muitas pessoas. Eu tenho ligação familiar com um dos fundadores da UDT e um dos fundadores da Apodeti (partido pró indonésia) mesmo assim o meu avô, o meu pai com todos os seus irmãos eram da Fretilin e eu também era da Fretilin. Mas a minha mãe já era diferente, ela era da UDT. Os primos do meu pai eram da Apodeti. Por isso todos os meus familiares conheciam bem que eu era simpatizante radical da Fretilin. O meu pai já não tem vontade de participar na vida política. Os irmãos do meu pai ainda continuam ser simpatizantes principais da Fretilin em Funar. Hoje em dia os meus familiares espalham por todo os partidos políticos. Desde Fretilin, CNRT, UDT, PD, PSD, ASDT, etc. No tempo da Independência somos livres de escolher qualquer partido que achamos melhor servir o povo. 
Eles todas conheciam bem a mim que eu era da Fretilin. Mesmo assim como a minha família é uma família democrática então nós pudermos aceitar as diferenças de opiniões políticas entre nós. Para mim o mais importante e uma coisa inquestionável é a independência da pátria. Quando já estamos independentes então todos os partidos políticos têm o mesmo direito em governar o país desde que tem apoio do povo através da eleição. Mas devemos contruir Timor-Leste baseando nos valores culturais de Timor-Leste e valores cristãs da Igreja Católica.
Só que este partido entrou em conflito com a Igreja Católica e levou a Igreja Católica fazer manifestação durante muitos dias então eu decidi desde esse tempo para não votar mais nesse partido. Para mim Igreja Católica é muito importante. Por isso com  pedido de alguns amigos da família eu entrei num outro partido que respeita a democracia, tem boa relação com a Igreja Católica e com Portugal. Mas se este partido um dia entrar em conflito com a Igreja Católica então eu não vou pensar duas vezes para deixar também. Mas acredito que não. Porque este partido tem pessoas com visão democrática; um partido democrático e eu sou uma pessoa que respeita as diferenças que existem sem recorrer a violência, respeitar a dignidade da pessoa humana, a liberdade, as diferenças das opiniões políticas, religiões, culturais dos outros. 
Num país independente devemos ter o espírito de abertura, democracia, diálogo, amizade mesmo somos diferentes em alguns aspectos da vida mas pudemos contribuir para a paz e o desenvolvimento do povo, da pátria e da Igreja.

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